Num canto ensolarado da nossa escola, nasceu um pedacinho de mundo onde o tempo parece andar mais devagar. Lá, entre mãos pequeninas e curiosas, sementes repousam no solo como quem confia. E é nesse silêncio fértil que floresce a Hortinha Feliz — um projeto que, mais do que ensinar a plantar, nos ensina a viver.

A cada manhã, a horta escolar nos convida a uma pausa. É uma aula diferente, onde o quadro-negro é a terra, e os livros têm cheiro de hortelã. Os alunos aprendem mais que ciências: descobrem o ritmo da natureza, o valor do cuidado, a poesia do tempo que germina.

Enquanto regam, tocam o chão com afeto. Sentem a textura da vida. O cheiro do alecrim mistura-se ao da terra molhada. O sabor do manjericão, colhido ali mesmo, tem gosto de descoberta. A cada folha que brota, cresce também a consciência de que somos parte do mesmo ciclo — e que cuidar do que é vivo é, também, cuidar de si.

A Hortinha Feliz integra o nosso Projeto Institucional 2025, que convida toda a comunidade escolar a refletir sobre o equilíbrio entre a tecnologia e os valores essenciais. E o valor do simples, do natural, do toque real, da conexão com o ambiente, se revela a cada nova muda plantada. É uma verdadeira metodologia ativa, onde o conhecimento ganha cor, cheiro e propósito.

Ali, crianças medem o tempo com olhos atentos: observam a semente que dorme, a brotação que surpreende, o inseto que visita, a flor que chega tímida. Tudo vira conteúdo. Tudo vira encantamento.

Mais do que uma atividade pedagógica, a horta é um espaço de pertencimento. É onde se colhem tomates e também silêncios. É onde se podam ervas e se regam afetos. É onde nossos pequenos jardineiros aprendem, desde cedo, que para ver o mundo florescer, é preciso cultivar — com paciência, com respeito e com amor.

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